O que se sabe sobre "V." *Contém spoiler de vida
pode conter referências bibliográficas trocadas no texto, mas
são referências biográficas, de vida.
O que se sabe sobre "V."
Fundamentos teóricos da
vítima*: o exercício de pedagogia é uma opção de vida (GROSSI), um ethos assumido
na missão possível para a o convívio pacífico e civilizado entre as pessoas no
mundo (FREIRE). Apontada como esperança no enfrentamento de violências
simbólicas (ADORNO) e materiais (MARX) desde a esfera de vivência pessoal ao
patamar mais extremo de (in-)humanidade (NIETZSCHE), a educação requer criação
de mentalidade consciente (ILLICH) e inteligente para encontrar
aprendizagens no percurso de desenvolvimento pessoal e social (VYGOSTISKY); a
disciplina pedagógica contribui com cidadania (BUFFA), oferece espaços formais
e laicos de trabalho para profissionais e leigos (RIBEIRO), carreira e
voluntariado. No entanto, os cursos têm uma formação curricular a ser
aprimorada para alcançar o que está por vir (FREINET). O contínuo vir-a-ser
(ROGERS) das pessoas e cria constantemente diferentes sentidos e significados
para a sociedade. A pessoa habilitada, certificada em magistério e
licenciaturas, atua em público ou privado, no mercado de trabalho de pedagogia,
dentro e fora de escolas, decidindo e executando projetos, programas, políticas
(MAKARENKO) de ensino presencial e virtual, em empresas, nos poderes executivo,
legislativo, judiciário, e no quarto poder (TOFFLER). Na vida da era digital, o
campo de influência do exercício pedagógico se expande, sem as conhecidas
fronteiras do século XX para a sonhada e projetada inovação do século XXI
(RONCA). O mosaico de fontes à disposição de informação,
conhecimento e sabedoria, vem organizar as constelações de conceitos (ADORNO)
em paradigmas de pensamentos (KHUN), sentimentos e emoções (MATURANA). A
sensação e percepção de que a pedagogia perde o lugar, diante da capacidade da
inteligência artificial gerar aprendizagens é perturbadora (READ). O risco de
as pessoas perderem a autonomia no exercício do poder pedagógico é imenso
frente à crescente automação de processos de produção simbólica (ALTHUSSER) e
material de cultura (CHOMSKY). Este é o momento de observar, investigar e
decidir que posição tomar para enfrentar pedagogicamente a violência extrema em
todo mundo e em cada um de nós, indivíduos, pessoas com presença consciente no
mundo (ZIZEK). O exercício pedagógico cabe em todo lugar, o tempo
todo e tem poder transformador (TRAGTENBERG). Pedagogia é levar a
aprender, aprender com tudo continuamente (NÓVOA). Mas, tudo é muito e
impossível de se alcançar. Num mundo em transformação (GIDDENS). Por isso, há
seleção do que é importante aprender em relação ao sentido que decidimos
seguir. Nós decidimos, ou decidem por nós, o curso das ideias e ações da
sociedade. Essa seleção requer didática, tática, estratégias de pensamento para
saber o que é pertinente. Uma ação pedagógica/estudo qualificada se baseia em
diálogo, começa por perguntas/pesquisa e se estende/comunica para transcender a
aprendizagem (FREIRE), ir além na compreensão da totalidade e tomar posição na
constelação conceitual concebida na diversidade de pensamentos e percepções em
relação aos objetos do mundo. Destaque para o pensamento político no eixo bio –
necrológico (M’BEMBE). A mediação pedagógica relevante e pertinente requer
arte, ciência, técnica, tecnologia, mas principalmente consciência crítica e
ação comum para o compartilhamento e tomada de posição frente aos códigos e
comportamentos produzidos historicamente pela humanidade para a continuidade da
vida das próximas gerações, com mais liberdade de ser.
BIBLIOGRAFIA:
ADORNO, Theodore W. Educação e emancipação. Trad. Wolfgang Leo
Marr. SP: Paz e Terra, 1995.
GROSSI, Esther Pillar. Águas da Graça da
Vida; Fragmentos de uma Paixão. Porto alegre: Ofícios, 1994.
Série Olhares.
FREIRE, Paulo e Faúndez, Por uma pedagogia
da pergunta
FREIRE, P. Ação cultural para a liberdade e
outros escritos.
-
Educação como prática da liberdade.
ILLICH, Ivan. Sociedade sem escolas.trad.
lucia M.E.Orth. RJ: Vozes, 1973.
- Educação e Liberdade. Trad. Nelson
Canabarro. SP: Imaginário, 1990.
READ, Hebert. A Redenção do Robô; meu
encontro com a educação através da arte. Trad. Fernando Nuno. SP: Summus, 1986. (col.
novas Buscas em Educação, 25)
– A educação pela arte.
FROMM, Erich. Do medo à liberdade.
GUTIERREZ, Francisco. Linguagem Total; uma
pedagogia dos meios de comunicação. Trad. Wladmir Soares/Fanny Abramovich.
SP;Summus, 1978. (Novas buscas em educação, 1)
MARX, Karl e ENGELS, F. Textos
sobre educação e ensino.
BUFFA, Ester et alli. Educação e cidadania:
quem educa o cidadão? SP: Cortez/Autores Associados, 1988. Col Polêmicas do
nosso tempo, v 23)
MATURANA, Humberto. Emoções e Linguagem na
Educação e na Política. Trad. José Fernando Campos Fortes. BH: UFMG, 1998.
ZELDIN, Theodore. Uma história Intima da
Humanidade. Londres, 1994.
RONCA, A.C. Caruso. https://www.scielo.br/j/spp/a/xFhL3HvBcLpWTgsv9WhQ9PH/
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